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    Julgo ser prepotência alguém se achar capaz de desvendar os mistérios cósmicos, entretanto temos uma de-claração tácita de que a história dos mundos e suas criaturas se dividem em muitos períodos. Entanto, vamos nos ater a dois; iremos imaginar e descrever alguns possíveis aconteci-mentos que se deram antes, e depois do Princípio.
Em Nogá, procuramos dar pasto à imaginação, sem, no entanto, atenuar a veneração ao Sagrado, antes, po-rém, nobilitando o Supremo Criador do Universo.
     Mesmo não contendo respostas decisivas, certa-mente encontrarão nesta obra algumas que satisfará muitas de suas indagações.
Rebelião de Nogá é uma literatura mística. Os inci-dentes descritos se deram entre titãs sobrenaturais, que em busca de poder e domínio, travaram batalhas ferrenhas, que provocaram profundas alterações em toda a ordem da estru-tura cósmica, moral, espiritual e geográfica, culminando nesta condição atual.
     Creio que Nogá seja indicado para o público em geral, mas principalmente para aqueles que possuem curiosi-dades pelo misterioso.
Ao terminar a leitura, verá que em tempo remoto houve grandes guerras angelicais, e, infelizmente, certificará que elas persistem em nossos dias, com confrontos entre hu-manos e anjos e também entre os próprios anjos. O leitor participará de reuniões onde são traçadas intrigantes estraté-gicas de lutas, que resultam em terríveis embates, em que as armas são manejadas com a força e poder de combatentes sobrenaturais. Os episódios sucederam antes e depois da cria-ção do mundo que conhecemos.
     Nos primeiros atos são descritos anjos de alta hie-rarquia e aparências bizarras. A seguir, a determinação de Nogá, o Príncipe, em se tornar senhor absoluto do Cosmo; mas ao se rebelar, começa sofrer paulatina mutação, que se estende a todos os que comungam com ele.

 Vieira Silva